"Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não provocam ódio nem paixão, as coisas definidas como mais ou menos, um filme mais ou menos ,um livro mais ou menos.

Tudo perda de tempo. Viver tem que ser perturbador, é preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados, e com eles sua raiva, seu orgulho, seu asco, sua adoração ou seu desprezo. O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia."



- Martha Medeiros -

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- A FÊNIX -

"Era do talhe de uma águia, mas os seus olhos eram tão suaves e ternos quanto os da águia, são altivos e ameaçadores. Seu bico era cor-de-rosa e parecia ter algo da linda boca de Formosante. Seu pescoço reunia todas as cores do arco-íris, porém mais vivas e brilhantes. Em nuanças infinitas, brilhava-lhe o ouro na plumagem. Seus pés pareciam uma mescla de prata e púrpura; e a cauda dos belos pássaros que atrelaram depois ao carro de Juno não tinham comparação com a sua."

- Voltaire -

EaF

Sou a encantadora “Fênix” tenho um bico extraordinariamente longo e muito duro, perfurado com uma centena de orifícios, como uma flauta. Vivo isolada e meu reinado é absoluto. Cada abertura em meu bico produz um som diferente, e cada um desses sons revela um segredo particular, sutil e profundo.
Quando me faço ouvir... essas notas plangentes... os pássaros e os peixes agitam-se, as bestas mais ferozes entram em êxtase; depois todos silenciam. Foi desse canto que um sábio aprendeu a ciência da música.
Vivo cerca de mil anos e conheço de antemão a hora de minha morte. Quando sinto aproximar-se o momento de retirar o meu coração do mundo, e todos os indícios me confirmam que devo partir, construo eu mesma minha pira, reunindo ao redor de mim lenha e folhas de palmeira.
Em meio a essas folhas entôo tristes melodias, e cada nota lamentosa que emito é uma evidência de sua alma imaculada. Enquanto canto, a amarga dor da morte penetra meu íntimo, minhas forças se esvaem e tremo como uma folha ao vento. Todos os pássaros e animais são atraídos por meu canto, que soa agora como as trombetas do Último Dia; todos aproximam-se para assistir o espetáculo de minha morte, e, por meu exemplo, cada um deles determina-se a deixar o mundo para trás e resigna-se a morrer.
É um dia extraordinário: alguns soluçam em simpatia, outros perdem os sentidos, outros ainda morrem ao ouvir meu lamento apaixonado... meu coração destruído... a morte da esperança!
Quando me resta apenas um sopro de vida, bato minhas asas e agita minhas plumas, e deste movimento produz-se um fogo que transforma meu estado.
Este fogo espalha-se rapidamente para folhagens e madeira, que ardem agradavelmente. Breve, madeira e “Fênix” tornam-se brasas vivas, e então cinzas. Porém, quando a pira foi consumida e a última centelha se extingue, uma pequena “Fênix” desperta do leito de cinzas!
Minha vida longa e meu dramático renascimento de minhas próprias cinzas transformaram-me em símbolo da imortalidade e do renascimento espiritual... e assim o significado é preservado: a perpetuação, a ressurreição, a esperança que nunca têm fim!!!
Da mesma forma que o Sol, que morre todos os dias no horizonte para renascer no dia seguinte, tornando-se o eterno símbolo da morte e do renascimento da natureza.
Esta sou eu...
- A Fênix -




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