Estava enrolada
em teias e traças,
debaixo da escada,
lá no subsolo
da casa fechada.
Começava a tomar ares de desgraça.
Manchada do tempo,
fenecia
a esperar que um dia
alguma coisa acontecesse.
Antes que se perdesse completamente,
sentiu passar um vento cor-de-rosa.
Toda prosa, espanou a bruma,
pintou os lábios
e sem vergonha nenhuma
caprichou no recorte do decote.
A felicidade volta à praça
cheia de dengo e de graça,
com perfume novo no cangote.
- Flora Figueiredo -
Um comentário:
E ela vai saindo a balançar o rabão pela praça. rsrs...
É disso que os homens gostam. Do espírito de mulher assanhada avivando. rsrs...
Beijos do Conde.
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